quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Adeus você. Olá meu eu.




É estranho dizer isso, mas estou conseguindo viver sem você. Hoje em dia consigo até rir só de lembrar daquela  angústia toda, que eu jurava ser eterna. Seguir em frente, mesmo querendo olhar pra trás. Queimei as cartas ao invés de relê-las pela milésima vez. Levantei, limpei o lápis borrado e fiz as unhas.
 Meses se passam. Risadas voltam a ser cotidianas, consegui até mesmo voltar à flertar. Sim, flertar, me lembro que você chamava essa expressão de "tão ultrapassada". Tudo tão bem, e o inesperado acontece.  Você.
 Depois de meses dizendo pra mim que não te amo mais, várias vezes pensando o que fazer quando te ver, como fingir um sorriso de "estou bem sem você". E então eu te reencontro, ou você que me reencontrou. Ali, parado na fila do pão. Seu cabelo ainda continua bagunçado, a barba pra fazer que só agora eu pude perceber o quão falha ela é.  Seu corpo não é mais o mesmo, não me parece tão quente quanto era. Seu sorriso, ele amarelou meu bem. É como se você tivesse perdido tudo o que já foi. Parece que o brilho nos olhos de quem eu conheci tinha ido embora dali e só deixado a carcaça.
 Mas revendo algumas fotos que guardei, eu pude perceber. Seus olhos nunca tiveram tal brilho, seu sorriso, nunca foi de comerciais de pasta de dente. Seu cabelo bagunçado, sua barba falha, seu corpo frio sempre estiveram ali. Mas o meu amor me aqueceu, colocou brilho no meu olhar que eu pensei vir do seu e uma luz forte que me enganei pensando ser do seu sorriso. A beleza estava toda em mim esse tempo todo. E eu que me odiei por amar, me esforçar. Agora pude perceber, que esse tempo todo o amor era por mim.
 Mais do que nunca estou pronta pra dizer adeus pra nós. E olá pro meu amor. Amor que me ama. Olá meu eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário