quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cotidiano.


 Na TV só passa coisas que não quero ver, estão avisando que meu cabelo está curto demais pra estação ou me mostram o quão sem graça é minha família comparada aqueles comerciais de margarina. Cansei disso, vou sair na rua. Me deparo com um outdoor expondo um lanche gordo e suculento que me abre o apetite, dou mais dois passos e um outro com uma barriga tanquinho em destaque, falando sobre como é importante ter uma alimentação saudável. Ver isso me deu dor de cabeça, decidi ir até uma farmácia comprar algum remédio, parei em uma lanchonete pra comprar água e o médico na TV estava falando o quanto a sociedade tem se entorpecido com remédios. Pra evitar a dor de cabeça e tomar outro medicamento coloquei o fone de ouvido e liguei a radio. Bacana, na rádio está passando a mesma música que aquele cara coloca pra tocar no carro dele EXTREMAMENTE alto meia-noite e resolve passar na minha rua. Chega de rádio por hoje, prefiro minhas músicas. As mesmas que quando mostro pra algumas pessoas, elas dão um olhar que não é difícil de interpretar "isso que você escuta?" e então eu respondo com outro olhar que também não deve ser difícil de entender "sim. Melhor do que a sua no despertador ensinando como rebolar seu quadril". Digo que os olhares são autoexplicativos, por serem o suficiente pra nos afastar sem ao menos percebermos. Toda essa baboseira me deu vontade de cinema, pego um trem lotado e desço no shopping mais próximo. Tri legal! A fila está enorme, principalmente com crianças choronas e namorados barulhentos dispostos a estragar seu filme ou a gravação pirata do cara que senta sozinho lá no ultimo banco.
Raciocinar isso me deu fome, saio da fila do cinema e entro na do fastfood, aquele mesmo do outdoor. Isso me faz pensar nas celulites, prometo que segunda começo academia! Junto com aquelas pílulas do emagrecimento que a tal da TV me mostrou esses dias. Foda-se o que os médicos dizem. Se fossem tão certos assim, largariam os programas e hospitais particulares pra viver as realidades. Droga! O carro da música irritante passando logo agora. Damn! Isso significa que já é meia-noite. Amanhã acordo cedo pra ligar a tv enquanto tomo café, observar as propagandas nas ruas, comprar meus remédios, escutar minha música, encontrar amigos no cinema e reclamar mais um dia sobre as coisas do cotidiano que nunca mudam.

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